Essa história requer um longo prólogo para que então possamos entrar de vez no seu curso principal (requer também um dedo de “cara de pau” para me expor e falar sobre algo nada extraordinário...).
Em visto do que eu fazia antes de entrar na “Galo” com a minha primeira banda, a Anonimate, seria impossível de se imaginar como é que fui parar nesse caminho. Em 2002 ou 2003, eu estava me afastando de muita coisa para tentar entrar no mundo da música com meus amigo da Anonimate, minha breve carreira como lutador de caratê, meus estudos e aos poucos, dos meus familiares.
Uberlândia, assim como Goiânia, tem um cenário underground bacana, mas menos inconsistente, por isso nossos shows eram escassos, apesar da “maestria” dos meus amigos com seus respectivos instrumentos, nosso repertório era pura modinha de roqueirinho recém formado(vocês já podem supor o que compunha isso!). Nessa época eu nem mesmo arriscava a tocar violão.
Devido a minha arrogância, inquietação e desleixo, eu acabei brigando com a minha mãe e quis vir morar com meu pai em Goiânia. Alguns eventos desagradáveis acabaram acontecendo, como a morte do meu irmão, minha instabilidade com minha ex madrasta, etc... acabei voltando para Uberlândia.
Nesse período eu comecei a querer aprender a tocar violão ou guitarra, sempre admirei meu amigo Luciano, que era guitarrista da Anonimate, então aprendi meus primeiros acordes tentando copiar o que ele fazia. Por mais de um ano eu tentei aprender a tocar sozinho em um violão com apenas duas cordas... acredite, ERA O MÁXIMO!
Mais uma vez eu acabei brigando com minha mãe, e por fim me instalei definitivamente em Goiânia. Pouco depois disso ela abandou o país e foi tentar melhorar sua situação financeira em Londres, meu irmão continuou morando em Uberlândia com uma tia e eu fui morar com meu pai e madrasta... mais uma vez eu estava desolado e isolado naquela casa velha e enorme, com lembranças ruins, me afundando sozinho no violão de duas cordas...
Minha mãe e eu quase não nos conversávamos, talvez o que realmente ocorresse era uma tentativa de manter aquele laço obrigatório mesmo que houvesse um certo receio de ambas as partes de tentar pacificar o que havia acontecido, mas nessa troca de intenções eu acabei ganhando minha primeira guitarra e aí sim... AÍ SIM eu pude entender como é mágico tocar uma guitarra! Sim, Caetano, “como é bom poder tocar um instrumento”!
Em 2005 eu havia passado no vestibular, sem muitas comemorações, visto que meu pai sempre foi um homem muitíssimo conservador, ausente nas minhas conquistas (por esse motivo nunca tive a oportunidade de estudar um instrumento) e para ele, definitivamente, aquela era a minha obrigação, minha mãe morava em Londres nessa época, não pode participar dessa minha vitória e, mais uma vez, meus amigos acabaram por comemorar pela minha família e até agora as coisas continuam assim mesmo.
Apesar dessas “qualidades” do meu pai, ele entendeu que talvez eu pudesse tentar trilhar algo sozinho, me permitindo conhecer o lugar mais magnífico que já vivi até hoje nessa vida: a república tcheca.
Imagine: um ano de epifania contínua! Não queira imaginar quais eram minhas influências antes disso, mas tive tempo o suficiente para me encontrar dentro desse período. Foi nesse mesmo intervalo que tive mais proximidade musical com o Evandro, meu primo, que foi quem plantou a semente da “boa música” na minha cabeça. Sou eternamente grato a você por isso, Evandro!
(já que é pra queimar o filme, vamo queimar com gosto!) Evandro, Felipe e eu em tempos remotos na República Tcheca.
Bom, a partir desse momento, navegando nas ondas lissérgicas do rock n’ roll, pode-se dizer que a “Galo” estava nascendo. Por entre uma gambiarra ou outra eu e o Evandro começávamos a entrar em sintonia usando nossos pseudônimos Brunão D’Arapuca(em homenagem à nossa cidade natal, Jataí) e Evandro Catrina(uma mistura do apelido de alguém com aquele desastre natural acontecido nos EUA), algumas primeiras musicas surgiam, algumas tentativas de banda com alguns amigos... mas não dava! O entrosamento reinava apenas sobre nós dois e por algum tempo continuamos assim, sugeri o nome “The Galo Power” e ficou, ninguém quis mudá-lo, até porque nós queríamos içar a bandeira da família por onde tocássemos, até que uma besta nos aparece com o violão na mão, dizendo que havia tirado nossas músicas, conseguiria encaixar o baixo e queria tentar tocar conosco: era o Rodolpho.
Cara, eu ouso dizer que vou para o inferno (se ele existir) por blasfemar tanto nessa minha “ainda” curta vida, mas sei que algumas das vezes que agradeci a Deus por essa “besta” ter aparecido nas nossas vidas. No nosso primeiro e único ensaio antes do nosso primeiro show oficial, no Perro Loco 1, ele pode comprovar o que havia nos dito antes, ele realmente tinha tirado nossas músicas. Me pagou um sanduíche depois do show quando eu tava quebrado e depois disso nos tornamos grandes amigos..............isso mesmo, Sessão da Tarde!
Eu, Evandro e Rodolpho no dia do nosso primeiro show juntos, no Perro Loco.
Você que ainda insiste em ler isso, é claro que essa não é uma história extraordinária, os personagens não são extraordinários e as situações são banais, eu lhe avisei sobre isso no início desse texto!
Alguns anos se passaram depois de que começamos isso aí que se chama The Galo Power, fiz muito trabalho braçal pesado para poder tentar evoluir com meus companheiros, comprar cordas para a guitarra, pagar os ensaios e ainda assim e ainda assim não era o suficiente, mas isso faz parte...com o tempo, algumas criações surgiam de maneira que nos espantasse (não que fosse algo extraordinário), e faltava algo pra complementar essa banda, a nossa queridíssima, belíssima, talentosíssima, íssima, Salmíssima se junta conosco. Juro nunca ter imaginado que eu ficaria tão feliz com a entrada de mais alguém na banda... eu sempre fui intimista e protetor demais, mas admito que os meninos e eu fizemos uma boa escolha. Aliás, nem foi tão difícil assim, não é Salma?? Você só abriu a boca e pronto! Hehe!
O que aconteceu e vem acontecendo são alguns belos momentos, alguns não tão belos assim, mas da minha parte, é sempre bom saber estou vivendo com uma outra família “Galo” ou "Gallo" além da minha e do Evandro, que insiste em pulsar conosco... as adjacências dessa banda também são frutos maravilhosos colhidos por tabela!
Talvez para alguns deve ser um pouco complicado entender o porquê desse nome, ter um “L” ou dois, bom... tem apenas um mesmo! Eu mesmo insisti para ser assim no momento em que eu e o Evandro decidíamos isso. Na nossa famílias, algumas pessoas foram registrados com o sobrenome “Galo” e outras “Gallo” por descuido da galera que registrou nossos pais e tios e por isso havia essa discrepância também no meu sobrenome e no do Evandro. Insisti no “Galo” por respeito ao mais velho, que é o Evandro, e seu nome é assinado dessa forma.
Família "Gallo" e/ou "Galo" - (da esquerda para a direita)Evandro pai, Tia Lúcia, Tio Duda, Rodolpho (membro extraordinário da família), Tatá (agachado), Evandro (nos fundos), P.H. e João Pedro, Gallo Pai(Jacinto), Tio Betão(lôko na roupa), Rodrigão, Jacintinho, Gorda e gordinha e Victor(meu irmão)
Isso que você leu, caro leitor, pode lhe causar muitas impressões, ou nenhuma, mas possa crer, tudo que escrevi é autêntico e é parte da simples história da formação dessa nossa banda, que por um acaso, é o que está no sangue que corre pelas minhas veias.
Para ouvir o som dessa banda que tanto falo (e por algum acaso dá o nome ao blog), acesse o nosso myspace: www.myspace.com/thegalopower
Muito bonito, Bruno, obrigada! É um grande prazer ter conhecido vcs, mudaram minha biografia, a deixaram muito melhor.
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ResponderExcluirhaha ' vocês nem são tão difíceis de entender, mais pelos seus grandes momentos já dá pra perceber que foram bons, conheci a banda de vocês pelo Rodolpho, vocês são bons pra caramba, as músicas de vocês são inspirativas. Pode-se dizer que a história de vocês nem é espantosa, mais é muito engraçada, ainda mais falando da ''BESTA'' que entrou com o baixo. ! kkk ,
ResponderExcluireei adorei o BLOG e vocês.
SUCESSO AÍ E FELICIDADES.
THE GALO POWER yéeeeeeeeeeeh